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dados ,factos e opinioes……………………

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Segundo o INE, em 2007
45,6% dos trabalhadores portugueses recebiam salários líquidos
mensais inferiores a 600€ e, em 2017, essa percentagem tinha diminuído para 38,1%, o que
não deixa de ser elevada. E os que recebiam menos de 900€ eram , em 2017, 70,7% do total
e, em 2017, 59,6%, mais de metade deles o que é um valor que continua a ser elevado.
Estes dados do INE induzem em erro. E isto porque os escalões do INE, em termos de
poder de compra, de 2007 e 2017, não são comparáveis, pois o INE utiliza, em 2017, os
valores de 2007 sem os corrigir com base na inflação verificada entre estes dois anos (10%).
No lado direito do quadro 3 estão os escalões de 2017, corrigidos com a inflação verificada
entre 2007 e 2017, ou seja, deflacionados. E rapidamente se conclui que 310€ de 2017
correspondem, em poder de compra, apenas a 282€ de 2007; que 600€ de 2017
correspondem a 545€ de 2007; que 900€ de 2017 correspondem a 818€ de 2007; etc.; etc..
Para que o leitor possa ter uma ideia da dimensão do erro gerado pelos dados do INE ( e o
INE não faz qualquer advertência para a incorreção de fazer comparações dos dados de 2007 e 2017,
o que não deixa de ser criticável) , vai-se utilizar apenas dois exemplos (trabalhadores com
salários líquidos inferiores a 600€ e a 900€) mas que são suficientemente esclarecedores.
Segundo o INE, em 2017, os trabalhadores a receber um salário liquido inferior a 600€
e a 900€ representavam, respetivamente, 28,1% e 59,6% do total dos trabalhadores
por conta de outrem. No entanto, se utilizarmos os escalões de 660€ e de 990€ em
2017 que correspondem, em poder de compra, aos valores de 600€ e 900€ em 2007,
então a percentagem de trabalhadores por conta de outrem com salários líquidos
inferiores em 2017 aos 660€ já aumenta para 33,5% e, com salários inferiores a 990€
em 2017 já sobe para 74,5%, percentagens esta já superior à de 2007 que era 70,7%.
Portanto, mesmo os números divulgados pelo INE enganam já que a realidade atual, a
nível de salários pagos, é ainda pior do que a revelada pelos dados do INE .
Eugénio Rosa, edr2@netcabo.pt , 11-2-2018

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